Mangue, mangue, mangue, mangueeeee... Chico Science

"Pai, Chico Science é meu fã" (ele quis dizer o contrário)
E começa a cantar... "fui no mangue catar lixo, pegar caranguejo e conversar com urubu..."

Mangue, mangue, mangue, mangueeeee

Minha escola é muito massa! A nossa feira de conhecimento dá de 10x0 em muita faculdade por aí. Isso é o que meu pai me diz.

Pois é, esse ano fizemos uma pesquisa sobre o Manguezal, e todas aquelas minhas excursões ao mangue com meus pais, leituras e visitas ao Espaço Ciência resultaram nisso aí... uma farra de conhecimento e brincadeira.

Aprendi que o mangue é mais que um ecossistema, é uma identidade de nossa cidade.

Os atos simples do cotidiano que alimentam o amor.

E a cena se repete, dia após dia.

Enquanto a mãe de Chico desce as escadas para sair ao trabalho, Chico corre para a janela do quarto de estudos que dá para a saída do prédio e bota a cabeça pra fora à espera da mãe.

Chico, de lá do segundo andar, grita: Tchau, mãe!
Mãe de Chico: Tchau, filhão. Boa tarde. Boa escolinha, meu amor!
Chico: Boa tarde, mãe. Bom IMIP! Tchau!

E até perder a mãe de vista ficam naquela troca de "Tchaus".

E a mãe de Chico sai feliz da vida ao trabalho, ainda escutando aquela vozinha ecoando lá dentro do coração. E pensa: "Tem coisa melhor do que ter filho?"

Pode deixar que de nome eu entendo!!!

Chico: Mãe, se for menino ou menina, vai se chamar como?
Mãe de Chico: Filhote, se for menina vai se chamar Flora. Se for menino... bem, mamãe gosta de Antônio, mas ainda precisa escutar papai, saber da opinião dele...
Chico: Não, mãe, Antônio não, Antônio não.
Mãe de Chico: Tu tens alguma sugestão, filho? A gente pode pensar em outro nome...
Chico: Se for menino, que tal ele se chamar Scooby-doo?

Mãe de Chico não se contém e cai na risada: Scooby-doo, filho? Oxe, tás maluco é?

Chico: Tá bom mãe. Então, que tal Salsicha?

Mãe, cuidado com que vai comer!!!

Chico anda todo entendido do que a mãe "pode ou não pode" fazer durante a gestação. Tem dado uma verdadeira aula.

Chico: Mãe, tu sabe que tu não pode mais tomar cerveja. Ah, e nem vinho. Tu tem que tomar muito suco, água... ah! e leite, muito leite.

E segue: Mãe, tu não pode comer muito açucar, nem sal.

Mãe de Chico: Sei sim, filhote. Pode deixar que mamãe vai ter muita atenção com a alimentação dela. Vou comer muitas frutas, verduras e comidinhas saudáveis.

Chico: Mãe, tu pode comer granola? Ah! tu só vai poder comer sucrilho sem açucar ou então com bem pouquinho mel, tá mãe? Mãe, será que tu vai poder tomar leite com nescau ou leite puro? Tu sabe que nescau tem muito açúcar, né?

Mãe de Chico: Posso, sim, filhão.

Chico: Então tem que ser num copo pequeno, tá?

Mãe de Chico: Ok, filhão.

Chico: Mãe, tu tem que comer feijão, visse.

Parece que o quesito "alimentação na gestação" é o que primeiro tem sido despertado em Chico. E para frisar ainda mais todas as recomendações, ele tratou logo de fazer um desenho para a mãe, o qual continha a seguinte imagem: Era sua mãe e um bebê, um ao lado do outro, e entre eles, um cordão umbilical que os ligava pela boca. E por dentro do cordão umbilical, muitas comidinhas passando.

E disse: Tá aqui mãe, teu desenho. Tu sabe que tudo o que tu comer, vai passar pelo teu umbigo e vai pra dentro do meu irmão. (Como quem diz: "cuidado com o que vai comer, viu!")

Bem, até que não é tão ruim assim...

E segue a história de Chico e seu ou sua irmãozinh@...

Nada como um tempo para pensar e refletir.

Quando a mãe de Chico chegou do trabalho, ele correu e deu um forte abraço e um beijo na barriga dela. O primeiro dos muitos beijos, alisados e carinhos que tem dado. Sua mãe tá derretida com tantos afagos do pequeno.

Sem falar nas conversas que já começou a estabelecer com @ bebê. Com a boca encostada no umbigo de sua mãe, tem dito: "Oiê, tu tá me escutando?", "Oi, tu é menino ou menina?".

É, parece que Chico já está lidando melhor com a gravidez da mãe, com a idéia de que virá um outro que, é certo, não estava nos planos dele. Mas, ok, já que é para ser assim, Chico tem usado de toda sua sabedoria e sensibilidade para enfrentar esse momento.

Irmãozinh@?! Como assim????

Segunda-feira, dia 31 de Outubro, 5:30 da matina, Chico acorda e abre a porta do quarto de seus pais. Encontra-os deitados, conversando sorridentemente.

Pai de Chico: Filhããããão! Já acordasse?! Vem cá, vem.
Mãe de Chico: Vem cá que a gente quer te falar uma coisinha...

Chico sobe na cama e, ainda meio dormido, olha para os pais.

Pai de Chico: Toca aqui na barriga de mainha

A mãe de Chico levanta a camisola e põe a barriga à mostra. Ele toca.

Mãe de Chico: Sabe o que tem dentro da barriga de mainha?

Chico pára, pensa por uns segundos e, impulsivamente ( por não dizer, dramaticamente), tira a mão da barriga da mãe, tampa os ouvidos e grita: NÃÃÃÃÃÃOOOO! EU NÃO QUERO OUVIR ISSO!!! EU QUERO MORREEEEER!!!

E foi assim que Chico reagiu ao saber que um@ nov@ irmãozinh@ está a caminho. Evitou os carinhos de sua mãe que, pacientemente, explicou-lhe que seu amor por ele continuaria igualzinho, do mesmo tamanho, enorme, e que ele não se preocupasse que tudo continuaria como é, que todos continuariam a amá-lo, que continuariam brincando com ele, que seus brinquedos continuariam sendo dele, seu quarto... e dessa maneira concluiu a conversa e decidiu respeitar o momento dele. Decidiu deixá-lo no seu silêncio.

Matrix

Mais um episódio das conversas de Chico com sua mãe, na rede...

Mãe de Chico: ... Pois é filhão, era assim que tu fazias quando eras bem pequenininho.
Chico: Mãe, eu queria voltar a ser pequenininho!
Mãe de Chico: Ow, meu amor, dá não. A gente não pode voltar no tempo não.
Chico: Dá sim! A gente não vive dentro de um filme?!
Mãe de Chico: E é?
Chico: É, mãe! A gente vive dentro de uma televisão!
Mãe de Chico, dando corda à imaginação do filho: E é? E como funciona isso, quem é o dono dessa televisão?
Chico: É um menino, mãe. O nome dele é Vitor. Ele liga a televisão de manhã, aí a gente acorda e faz tudo aquilo que a gente faz. E ele desliga de noite, na hora que a gente vai dormir.
Mãe de Chico: E esse filme é bom ou é ruim?
Chico: As vezes é bom e às vezes é ruim.
Mãe de Chico: Então é por isso que tu faz tantas macaquices e maluquices, né? Só pro filme ficar engraçado e o menino ficar rindo, né?
Chico: Oxe, como é que tu adivinhou?
Mãe de Chico, encantada com o papo: Mas é muita idéia dentro dessa cabeçinha, viu. De onde tu tirasse essa?!
Chico: Da minha imaginação mãe! Eu imagino muitas coisas!
Mãe de Chico: É, eu sei.
Chico: É.