Eu tenho medo. Medo do escuro, de monstro, de estar sozinho à noite.
Acho que algo de ruim vai me acontecer.
Dou vida às sombras, aos sons.
Levanto-me. Bato na porta do quarto de meus pais. Entro.
Quero colo, companhia. Um porto seguro.
Eles dormem. Não me entendem.
Pedem-me que volte ao quarto.
Como assim?
Ao escuro, ao medo?
Sonolentos, ajudam-me a tentar encontrar um jeito de lidar com meus medos.
Um antídoto!
Penso nas cores, nas brincadeiras.
Agarro-me ao meu boneco, ao meu cachorro.
Fecho os olhos. Agarro-me ao lençol.
Acendo o abajú.
... Nada.
Choro. Berro. Grito.
E suplico: meu antídoto continua sendo o aconchego de meus pais.
E assim me acalmo e durmo.
Pai... Mãe... preciso de um tempo para aprender a lidar com todos esses medos.
Eu só tenho cinco anos, afinal.
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