Preconceito de cor é crime, ouviu mamãe!

Chico passou o domingo inteiro com diarréia. Para sua mãe, hoje, segunda-feira, ele já tá curado. Já pra Chico, depende do ponto de vista... em se tratando de "cor de cocô", pode-se dizer que ele ainda está em fase de recuperação...

Mãe de Chico: Oba, filho, já estás praticamente bom da barriguinha. O cocô já nem tá tão ralo e nem amarelo, já tá ficando durinho e marronzinho...

Chico: Mãe, ele ainda não tá tãããão bom assim, porque ele ainda não tá todo petinho.

Mãe de Chico: Mas, filho, o cocô é marrom mesmo.

Chico: É não, mãe, é peto.

Mãe de Chico: É não, filho, é marro mesmo.

Chico: É peto, mãe

Mãe de Chico: Marrom, filho.

Chico: Mãe, meu cocô é peto, oxe!

...

Meia hora de conversê sobre a cor do cocô e nada de chegarem a uma conclusão.

Mãe de Chico: Filho, eu limpo seu bumbum todos os dias e a cor que sai no papel é marrom.

Chico já chorando: Mãe é que a cor que sai no meu bumbum é marrom, mas a cor dele é peto, mãe, ô.

Mãe de Chico, já morrendo de rir com tamanha teimosia do filho, continua a provocá-lo: Meu amor, a cor do seu cocô é marrom.

Chico desesperado: Oxe, mãe, quantas vezes eu vou ter que te dizer que a cor do meu cocô é peto, hein?!

E encerra a conversa de maneira democraticamente incisiva: Mãe, parece que tu num sabe, cada cocô tem sua cor, oxe! O meu cocô é peto, ô, é peto!

Meu (ainda assim) adorado herMANO. Parte 5.

Por onde Maninho passa, quase sempre deixa rastro. Eis o saldo atual de suas trelas, nesses quase 3 meses de convivência em seu novo lar:

- 5 caqueiras com plantas totalmente destruídas (detalhe: as plantas de minha mãe são os seus xodós...),
- O sofá da casa todo sujo e manchado com pegadas de cachorro,
- 1 livro da biblioteca de minha escola todo carcomido,
- Lista telefônica toda rasgada,
- Uma tuia de papel higiênico melado de cocô - retirados do lixeiro do banheiro - espalhado pela casa (depois das plantas de minha mãe, essa foi a pior!),
- Ah! faltou falar do cocô que ele fez bem em cima de meu colchão,
- E do cocô que ele fez embaixo da mesa de estudos (Obviamente, quando minha mãe empurrou a cadeira pra debaixo da mesa, o cocô ficou agarrado justamente numa das rodinhas... porque essas coisas acontecem justo quando é com minha mãe, hein?)
- E do xixi nos CD's de meus pais,
- Sandálias carcomidas,
- Quinas de parede carcomidas,
- Alguns brinquedos quebrados e comidos,
-Minha esponja de banho do Bob Esponja toda comida (Mano passou 2 dias cagando esponja... se não fosse cômico, poderia ter sido trágico, pois soube de um cachorrinho que morreu depois de comer uma esponja),
- Um carrapato enorme (dizem que as fêmeas são assim, grandes) caminhando tranquilamente no travesseiro de quem? de quem? de minha mãe, claro! (Essa não é bem uma trela de Mano, mas tá incluída no ônus de se ter um cachorro em casa...)

Aiaiai, eu e meu pai já o advertimos. Ele tem que manerar, senão eu vejo a hora de minha mãe devolvê-lo ao ex-dono ou a quem mais desejar.

O pior é que no fundo sabemos que ainda virão mais trelas. Te orienta, Maninho!!!

Meu adorado herMANO. Parte 4.

Vivaaaa! Acho que minha mãe está aprendendo a lição. Depois da conversa que tivemos sobre "quem ensina tem que ter paciência", ela anda melhorando com Maninho. Dia desses, Mano estava em cima do sofá, e antes dela soltar qualquer reclamação pra cima dele, ela olhou pra mim (e eu olhei pra ela), e disse bem calminha:

-Mano, meu querido, desça já daí.

Ops, será que eu escutei bem? Meu querido?!
Aí eu olhei pra ela, abri o sorriso e disse: "Muito bem, mãe, agora você teve paciência..."

Meu adorado herMANO. Parte 3.

Minha mãe insiste em dizer que não é mãe de cachorro, por mais que eu peça...

- "Vai mãe, diz que tu é mãe de Maninho, vai..."
E ela sempre me responde: Não, eu não sou mãe de cachorro. Eu sou a dona de Maninho, mas mãe não, de jeito nenhum... blábláblábláblá.

Mas eu já deixei dito: "Eu sou o irmão de Mano, mãe, e ele é meu irmãozinho!"

Meu pai não deixou barato e tratou logo de fazer uma música pra ela, que diz assim:

Todo mundo tem mãe,
Só Maninho não tem,
Ele tem um papai
Duas vovós, uma titia
E um irmãozinho também...

E com esse cantarolar, eu e meu pai infernizamos o juízo de minha mãe... hahahahaha.

Meu adorado herMANO. Parte 2.

Hora de dormir, mãe de Chico tentando ler uma historinha na rede para ele, e o cachorrinho Mano azogado, sem deixá-los em paz, tira a paciência da mãe de Chico que, irritadíssima, briga e se estressa com o pequeno cão, e desabafa: "Eita que cachorro chato, viu!!!"

Chico rebate: Chato não, mãe!
Mãe de Chico: Chato sim, e maluvido e malcriado...
Chico: Maluvido e malcriado sim, mas chato não, mãe.
Mãe de Chico: E você não fique defendendo esse cachorro não, meu filho!
Chico: Eu defendo, sim.

Pois bem, depois de tanto estresse entre a mãe de Chico e o cachorro Mano, ela acaba desistindo da historinha na rede e decide terminá-la lá no seu quarto. Mas a conversa sobre o cachorro segue...

Mãe de Chico: Filho, desculpa a brabeza de mamãe com Maninho, tá. É que mamãe ainda tá se acosumando com ele... Mamãe ainda fica impaciente com os azogues dele, sabe... eu ainda preciso de um tempo para me acostumar... mamãe queria que ele já estivesse bem educado, sabe, mas eu sei que ele ainda é pequenininho e que ainda tá aprendendo as coisas...
Chico escuta atentamente as desculpas da mãe e diz: Eu sei mãe que tu ainda precisa de um tempo pra se acostumar com Maninho... (e aproveita para soltar a lição) mas mãe... quem ensina tem que ter paciência. Né mãe? quem ensina tem que ter paciência.
Mãe de Chico bestinha com a lição recebida, responde: É filho, você está coberto de razão, quem ensina tem que ter paciência...